Tenente-coronel BM Fábio Catarinelli detalhou no Bom Dia Campo Grande como será atuação com o fim das atividades do comando estratégico de combate a incêndios em Aquidauana
Com a chegada das chuvas, o Governo do Estado desmobilizou o posto de comando estratégico montado em Aquidauana para atuação no combate a incêndios na região do Pantanal e da Serra da Bodoquena. Reforços vindos de outros Estados, como do Distrito Federal, também retornarão aos locais de origem. Apesar disso, o monitoramento da situação continua, conforme destacou no Bom Dia Campo Grande desta segunda-feira (30) o coordenador da Defesa Civil de Mato Grosso do Sul, tenente-coronel BM Fábio Catarinelli.
A decisão, conforme já divulgado pelo Portal da Educativa e demais veículos da Fertel, foi tomada na sexta-feira (27) em reunião na Sala de Situação Integrada. Na ocasião, o secretário Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) informou que o governo tem uma “avaliação extremamente positiva” quanto as medidas adotadas para o combate às chamas –que resultaram na destruição de mais de um milhão de hectares de vegetação e prejuízos ambientais e econômicos.
Contudo, agora, a intenção é utilizar o aprendizado e já preparar o Estado para os possíveis incêndios em 2020, envolvendo tanto a ativação do PrevFogo MS para coordenar as atividades, como estudos para a compra ou licitação de horas-voo de aeronaves para enfrentamento às chamas em locais de difícil acesso, trabalhando para resolver a deficiência estrutural constatada.
Ao vivo na Educativa 104.7 FM, Catarinelli explicou nesta segunda-feira que os bombeiros do Distrito Federal ficarão no Estado até esta terça, mas já estão desmobilizados. As aeronaves cedidas para as ações –um avião, também do Corpo de Bombeiros brasiliense, e um helicóptero emprestado pela Polícia Civil de São Paulo– também devem ser devolvidas.
Isso não significa, porém, que o governo deixará de acompanhar a situação. “Há quatro bases de combate espalhadas por nove municípios onde havia decreto de situação de emergência vigente”, disse o coordenador da Defesa Civil.
Catarinelli destacou a intenção de usar a “expertise” adquirida neste ano no combate a incêndios florestais para a criação de rotinas, programas e projetos para o futuro. “É importante o envolvimento de todas as instituições que, de alguma forma, atuam em incêndios florestais, seja no combate, fiscalização e monitoramento”, afirmou. O apoio de empresas privadas, com suas brigadas florestais próprias, e de organizações não-governamentais que atuam com ações preservacionistas no Pantanal estiveram entre os pontos positivos elencados pelo coordenador.
“A ideia é manter a aproximação dessas instituições e desenvolver projetos para que comecemos, mais cedo, a montar estratégias a fim de reduzir a situação em Mato Grosso do Sul. Historicamente a situação é cíclica, repete-se ano a ano, então, é importante a preparação das instituições”, considerou.
Previsão
A meteorologia prevê que, até esta quarta-feira (2), o Estado volte a ser atingido por chuvas, o que deve atenuar as condições favoráveis à formação de chamas. Outras, porém, continuam presentes: as altas temperaturas, baixa umidade, vegetação seca e a mudança dos ventos. “São condições que conseguimos monitorar, mas é importante termos equipes preparadas para essa atuação”, disse Catarinelli, reiterando que a situação de emergência permanece e, além do suporte de órgãos e empresas, é essencial o apoio da sociedade.
“Continuamos a contar com o apoio da população para não atear fogo. A resolução da Semagro e do Ibama proibindo o uso de fogo entre agosto e setembro em todo o Estado continua, indo até outubro na região do Pantanal”, destacou. “Se verificarmos a necessidade, há a possibilidade de as instituições estenderem esse prazo”.
Há outro agravante citado pelo coordenador da Defesa Civil vindo da condição climática: a possibilidade de raios que, com a previsão de chuvas em menor quantidade para os próximos dias, podem ocasionar incêndios. “Continuaremos o monitoramento até para deslocarmos recursos, mas o mais importante é o apoio da população”, frisou.
Por fim, Catarinelli ainda lembrou que a prática de incêndios podem gerar multas –as 14 autuações realizadas pela Polícia Militar Ambiental envolvem valores superiores a R$ 2 milhões, que passam por apuração antes de serem aplicados. “A queimada é crime não somente durante o período da resolução, mas também se não tiver autorização do órgão ambiental, como o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), que no momento não está emitido aval”, afirmou, lembrando que as queimadas causam também problemas à saúde público, com o aumento na quantidade de doenças respiratórias.
Sintonize – Com produção de Rose Rodrigues e Alisson Ishy e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite a você começar o seu dia sempre bem informado, por meio de um noticiário completo, blocos temáticos e entrevistas sobre assuntos variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa. Os ouvintes podem participar enviando perguntas, sugestões e comentários pelo WhatsApp (67) 99333-1047 ou pelo e-mail reporter104fm@gmail.com.
