Em oito meses, geração de empregos mais que dobrou em relação ao ano passado
Contrata-se Papai Noel. Exigências: barba original (sic), empatia com crianças, disponibilidade de horário (domingo a domingo) e ensino fundamental incompleto. São quatro vagas. O salário? Seis mil reais. Essa é apenas uma das centenas de oportunidades disponibilizadas pela Funtrab (Fundação de Trabalho de Mato Grosso do Sul) neste ano em que a geração de empregos mais que dobrou.
Enquanto em todo o 2020 o saldo foi de 12.456 novas vagas de trabalho formal entre os meses de janeiro a dezembro, o ano de 2021 contabilizou 34.032 somente nos oito primeiros meses, de janeiro a agosto, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Com mais de 77% da população vacinada contra Covid-19 (entre os adultos o índice ultrapassa a marca de 95%), a economia de Mato Grosso do Sul tem se recuperado em ritmo acelerado, com investimentos públicos e privados por todo o território estadual e geração de empregos e renda.
“Mato Grosso do Sul é a bola da vez. Somos o Estado que mais cresce. Isso é resultado da vacinação em massa, da retomada com investimentos públicos em todo o Estado, que se transformou em um canteiro de obras, da vinda das empresas porque trocamos impostos por empregos, como é o caso da nova unidade da Suzano que vai precisar de 10 mil trabalhadores durante a construção, além da rota bioceânica que vai nos transformar em um hub logístico”, avalia e comemora o diretor-presidente da Funtrab, Marcos Derzi.
Em meio a esse cenário, a chegada do fim do ano (e do bom velhinho) tem ajudado a aquecer ainda mais o mercado. Em 24 horas, a quantidade de empregos oferecidos pela Funtrab saltou 15,49%, passando de 794, na quarta-feira (13), para 917, na quinta-feira (14).
O setor do comércio está em busca de mais trabalhadores para dar conta das vendas e já se depara com a escassez de mão de obra. A expectativa é de gerar, pelo menos, 5 mil empregos para o período natalino. “Estamos preocupados. Temos uma demanda enorme e não encontramos pessoas para trabalhar. Não conseguimos entender o motivo, se parte dessas pessoas foi para a informalidade na pandemia. É assustador! As empresas estão oferecendo treinamento e capacitação, mas não encontram candidatos. Estamos pegando as pessoas no laço”, afirma o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila.
No caso da procura pelo Noel, a dificuldade está em encontrar o personagem com as características exigidas pelo empregador. Quem explica é Rosi Melgarejo, proprietária da RM Produções. “Eu confesso que já fiz entrevista com alguns Papais Noéis, mas no momento não encontrei as pessoas certas para fazer esse tipo de papel. Porque ao anunciar um valor alto para quem tem interesse em trabalhar nesse personagem, você acha bastante gente interessada. O problema é encontrar alguém que se encaixa nesse perfil exigido”, conta.
Para ajudar a encontrar o bom velhinho ideal, a agência de eventos cadastrou a vaga no aplicativo MS Contrata +, da Funtrab. Os interessados podem baixar o programa nas lojas de aplicativos dos smartphones.
Paulo Fernandes, Subcom
Foto: Saul Schramm / arquivo