O comércio de Campo Grande deverá contratar este ano cerca de 2 mil empregados temporários para ajudar nas vendas de final de ano em todas as áreas (comércio lojista, supermercados, materiais de construção, concessionárias). Apesar de expressivo, esse número representa apenas 5% do efetivo (40 mil) que trabalha hoje nos shoppings, comércio central e periferia da cidade. A estimativa é do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande –SECCG.
“Em tempos normais, quando a crise econômica não era tão acentuada no Brasil, Campo Grande vinha contratando em torno de 10% de seu efetivo. Ou seja, se não fosse a crise, a estimativa hoje de contratação seria de 4 mil trabalhadores temporários”, afirma Idelmar da Mota Lima, presidente do sindicato e da Força Sindical Regional Mato Grosso do Sul.
Segundo Idelmar, a diretoria do SECCG está otimista com a situação do mercado atualmente, que começa a reagir para sair, a médio e longo prazos, desta que é a maior crise econômica em que o País entrou nas últimas décadas.
A diretoria do sindicato tem percorrido o comércio no centro e periferia e constatado o entusiasmo dos empregados no setor com relação às vendas de final de ano. Como grande parte ganha comissão pelas vendas, eles são um termômetro para diagnosticar a situação do mercado. “Temos razões de sobra para acreditar que teremos sim a contratação de pelo menos 2 mil trabalhadores temporários este ano”, afirma o sindicalista.
O representante dos comerciários afirma ainda que muitos desses empregados temporários normalmente se destacam tanto nesse curto período de trabalho que acabam sendo efetivados pelas empresas. “A permanência ou não do empregado na empresa vai depender de seu desempenho no dia a dia na loja, no supermercado ou em qualquer outro tipo de comércio em que exercer suas atividades”, explicou.
HORÁRIO DE NATAL – O SECCG vem enfrentando dificuldade junto à classe patronal para fechar a Convenção Coletiva de Trabalho 2016/17, por conta de divergências na questão salarial. O sindicato laboral quer estabelecer um percentual que cubra as perdas para a inflação, acumulada nos últimos 12 meses, para todas as categorias do comércio varejista da cidade.
Os patrões, por sua vez, querem conceder menos que o acumulado na inflação e ainda assim, parcelar para os que ganham acima do piso. Sem chegar a um acordo fica prejudicado também o estabelecimento do horário de funcionamento do comércio nesse período de final do ano para as vendas de Natal e Ano Novo. “Contamos com o bom senso dos comerciantes para que aprovemos percentuais justos que permitam aos trabalhadores sustentarem suas famílias com dignidade”, afirmou Idelmar da Mota Lima.