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28 de março de 2024 - 11:48

Com filhos no colo e apoio estadual, mães seguem rumo ao diploma universitário

No campus da Uems em Campo Grande é comum ver bebês assistindo às aulas junto com suas mães, que lutam para não abandonar o sonho nem descuidar dos filhos.

Encontrar bebês nas salas de aula já virou rotina no campus da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), em Campo Grande. Dividir a rotina de estudo com os pequenos é a solução que muitas mães encontraram para não desistir do sonho do diploma universitário. Para conciliar trabalho, maternidade, estágios e Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), elas contam com o apoio dos colegas e da instituição, tudo para se formar sem descuidar dos filhos.

“Quando eu passei no vestibular e me vi grávida nem queria cursar a faculdade”, lembra a Anny Priscila Marques, de 28 anos. Na época, o medo de não conseguir conciliar os cuidados do bebê com a rotina acadêmica quase a fez desistir do sonho. Mas, com o apoio do marido Anny decidiu ir adiante. Cursou o primeiro semestre de Artes Cênicas e nas férias nasceu Kalel, hoje com dez meses.

No retorno após a licença maternidade Anny teve ainda mais receio, desta vez por não dar conta de atender às exigências acadêmicas. Foi quando ela se surpreendeu com o apoio da instituição. “Na licença maternidade os professores já me enviavam o material. Quando retornei, em quase todas as aulas eu trazia ele e os professores sempre entenderam bem”, conta.

Após a licença maternidade Anny teve receio por não dar conta de atender às exigências acadêmicas. Foi quando ela se surpreendeu com o apoio da  Uems.

O apoio foi fundamental para ela seguir em frente no sonho de lecionar e conseguir um trabalho que permita passar mais tempo com Kalel e a filha Evellyn Maria, de três anos. Hoje com dez meses, o bebê ainda assiste às aulas. “Ontem mesmo ele veio comigo”, ressalta. Em sua turma, várias outras estudantes passam pela mesma situação. “Se eu pudesse dizer algo para as outras mães seria que vale a pena o sacrifício, não desistir do sonho, da carreira”, incentiva.

Além do curso gratuito, Anny conta com remuneração de um projeto de iniciação à docência, desenvolvido pelo Governo do Estado. “É o que ajuda a me manter na universidade”, completa.

Rotina

“Tinha hora em que ela queria correr no pátio da faculdade”, lembra a agente de atividades educacionais Eliane Batista de Araújo, de 44 anos, sobre a dificuldade de incluir a filha pequena em sua vida acadêmica. Ela conta que em sua turma há várias mães com filhos pequenos – duas inclusive com gêmeos – e, apesar de toda a compreensão e apoio dos colegas, além da permissão para os bebês acompanharem suas mães nas aulas, a tarefa não é fácil. “Nas aulas práticas de dança e teatro, por exemplo, precisa de silêncio, concentração”, afirma. Mesmo assim, Eliane se desdobra e está prestes a concluir a faculdade.

“Às vezes eu chego da aula e minhas filhas já estão dormindo e fico até de madrugada para preparar as aulas do estágio, os relatórios. Esse período agora do último ano é bem corrido, a nossa carga horário é bem extensa, tem o tempo de estágio, o TCC, a gente quase não tem tempo de ficar com os filhos”, lamenta.

Mesmo com a rotina árdua, as mães garantem que é possível conciliar a maternidade com a preparação para a carreira. Estudante de Medicina na Uems, Adriana Luiz de Lima, de 31 anos, engravidou durante o cursinho. Quando seu bebê tinha dois meses, ela foi chamada para iniciar o curso. “Eu queria as duas coisas, mas imaginava que faria mais tempo de cursinho e não pensei que fosse engravidar tão rápido”, revela. Segundo ela, tanto a maternidade quanto a Medicina estavam nos planos, mas ela não pensou que faria os dois simultaneamente. “Vieram os dois no mesmo ano, dois sonhos, duas alegrias”, comemora.

A Uems informou que apesar de apoiar as acadêmicas mães, não possui prerrogativa para instalar uma creche porque a educação infantil, por determinação constitucional, é de responsabilidade do município. Adiantou também que havendo interesse da Prefeitura na parceria –  como ocorreu em Dourados onde uma creche atende os filhos das alunas e das servidoras – poderá ceder um espaço para abrigar esse serviço.

Up na carreira

Assim como as acadêmicas da Uems, a professora Sones Lei Cintra, de 49 anos, já enfrentou a rotina de conciliar filhos pequenos com estudos. Hoje, entretanto, com dois filhos e dois netos, já está em outra fase da vida. Em comum com as acadêmicas da Universidade ela tem apoio da gestão estadual e, por meio de convênio do Estado com a universidade, cursa sua segunda pós-graduação.

Formada em Letras, a especialização em Multiletramento tem ajudado a melhorar o trabalho com outros professores na Secretaria de Estado de Educação (SED). “Tudo isso vai te dando respaldo e permite passar uma nova pedagogia aos professores”, comemora a docente.

Danúbia Burema – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)

Fotos: Arquivo Pessoal

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