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28 de março de 2024 - 17:17

Chuva intensa deixa Bonito em estado de alerta e reacende discussões sobre turvamento dos rios

Registro feito sobre a ponte do Rio Formoso (Foto: Unidos Conquistamos)

A Capital do Ecoturismo de Mato Grosso do Sul registrou nos últimos dez dias, quase 400 mm de chuva, metade disso, apenas nos três primeiros dias desta semana. A informação é do secretario de Meio Ambiente e responsável pela Defesa Civil de Bonito, Edmundo Dinelli Costa Jr., que também destacou o alerta de inundações em pontos críticos do município para está quarta-feira (20). O grande acumulado de chuvas também reacendeu as discussões sobre o turvamento dos rios, visto que Formoso e Formosinho, por exemplo, estão em cota de inundação e com as águas mais escuras do que o de costume, ou até mesmo barrentas, em alguns pontos.

“Hoje choveu, até o meio da manhã, 120 mm na Fazenda América – onde está localizada a nascente do Rio Formoso – e na segunda-feira, na mesma fazenda, foram mais 130 mm”, destaca o secretário, ao explicar que o excesso de chuvas em um curto espaço de tempo impossibilita a absorção da água pelo solo e ocasiona as inundações.

Discussão reuniu 57 pessoas (Foto: IASB)

Nesta terça-feira (19) também foi organizada uma reunião pelo IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena) para discutir a conservação do solo, objetivando a qualidade das águas dos rios de Bonito e região. Segundo o secretário de Turismo, Indústria e Comércio do município, Augusto Mariano, representantes do Executivo, assim como Agraer e Imasul estiveram presentes e destacaram um pouco das ações que estão sendo realizadas para conter as enxurradas e minimizar os danos aos rios.

“Temos feito uma intervenção por meio das secretarias de Meio Ambiente e de Obras na Fazendas São Domingos e no Corredor Boiadeiro que já está 90% pronta. Aquela água que descia da fazenda em direção a Vila América, já foi grande porte resolvida com ações de conservação do solo. Proprietários rurais também tem feitos intervenções que tem auxiliado bastante. A Agraer realiza trabalhos de campo e passa  relatórios para Agesul, que fez um intervenção muito positiva na MS-178, na região onde o Córrego Seco turvava –  ele cai no Rio Formoso”, detalha.

O titular da 2ª Promotoria de Justiça de Bonito, Alexandre Estuqui Junior não pode estar presente na reunião, mas destacou os principais problemas do município nesse sentido. “A gente sabe que está tendo um crescimento da lavoura aqui e com isso estão vindo os problemas ambientais. A lavoura não é o único problema, mas contribui bastante. Basicamente eu posso resumir que os problemas de Bonito estão na falta de mata ciliar nos principais rios de Bonito. Não existe uma fiscalização do Imasul e nem a PMA tem estrutura para isso. Eu entendo também que a falta de conservação das estradas estão afetando e muito o turvamento dos rios, porque as aguas das propriedades vão para as estradas e acabam levando essas aguas sujas, barrentas para os rios e o outro grande problema nosso é a falta de plano de conservação do solo das propriedades rurais. Simplesmente o proprietário não quer gastar, não quer fazer curva de nível, açude, aí da uma chuva, essa agua bate na terra e escorre para um rio onde turva. A chuva vai trazer sempre um turvamento, o problema aqui é Bonito é que eles são excessivos e poderia ser evitados se esses três fatores forem selecionados”.

Imagem da ponte sobre o Córrego Bonito, na entrada da cidade, onde foram realizadas obras de contenção pelo Governo do Estado, após o trecho ficar completamente inundando em fevereiro do ano passado (Foto: Jabuty)

Mariano, por sua vez, reforçou as ações desenvolvidas pelo Poder Público para resultados a curto, médio e longo prazo. “Nós temos um recurso na Sudeco, de R$ 2,5 milhões, que será utilizado para adquirir uma patrulha mecanizada exatamente para atender nossas estradas vicinais e também já temos uma retroescavadeira hidráulica para fazer as caixas de contenção, apenas estamos aguardando o treinamento de um operador, visto que a maquina é 100% automatizada. Também foi protocolado um projeto que se chama ‘Programa de Desenvolvimento Local Sustentável no Centro-Oeste para Indústria do Turismo e do Agronegócio de Bonito’, que já está aprovado e nós estamos aguardando a liberação de mais de R$ 7 milhões, que serão utilizados para aumentar a capacidade de produção de mudas do Viveiro Municipal, para 200 mil/ano, exatamente para fazer um reflorestamento das matas ciliares onde foi feita a supressão vegetal. Faremos um projeto de proteção, recuperação e manutenção de áreas que vai chegar a 300 hectares, entre outras medidas de preservação do solo e contenção das aguas de enxurradas e também de conscientização da população”, afirma Mariano ao destacar que o custo total do projeto é de R$ 100 milhões e tem prazo de execução de 10 anos.

Cheia histórica

As chuvas torrenciais também causaram danos em Bonito em fevereiro do ano passado, quando quase dezenas de municípios do Estado declaram estado de emergência. Na ocasião, foi estimado um prejuízo inicial de R$ 8,4 milhões, sendo R$ 2,4 milhões do poder público, em danos com pontes, estradas e redes de drenagem e R$ 6 milhões pelos atrativos turísticos e propriedades rurais.

Chegando a registrar 200 mm em um único dia, os índices bateram valores históricos, sendo considerada a maior enchente dos últimos 20 anos. Várias propriedades rurais e atrativos turísticos ficaram ilhados e muitos perderam grande parte de seus recursos, entre móveis, eletrodomésticos e até os decks de acesso aos rios.

Neste ano ainda não foram divulgados danos similares, porém alguns pesqueiros que ficam as margens do Rio Miranda já tiveram casas invadidas pelas águas. Veja no vídeo:

 

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