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18 de abril de 2024 - 10:25

Caravana da Saúde: Televisão, bíblia e o compasso de espera

Eles desceram no ponto de ônibus do Centro de Convenções Albano Franco, sob o sol a pino das 14 horas, dona Nara Olinda Viganô andava completamente encurvada, suas costas formavam um ângulo de 90 graus com as pernas. Seu João Pelin, marido da Nara Olinda há 50 anos, vinha a passos lentos, tagarelando com as acompanhantes. Moradores do Bairro Colibri, distante 13 km das instalações da Caravana da Saúde, o casal veio “ver a vista”. “Eu enxergo, mas tô sentido que tem uma sujeira aqui e meu olho não para de coçar, fica incomodando”, disse seu João. Ele trabalhador aposentado da indústria e ela do lar, resultado: dois filhos, cinco netos, dois bisnetos e muita televisão. “Assistimos bastante televisão, ficamos sabendo da Caravana por lá e viemos conhecer e fazer exames”, contou dona Nara. O casal ainda não sabia se ia precisar realizar uma cirurgia, mas como cuidar da saúde é bom, eles vieram e na pré-consulta já se mostravam emocionados.

IMG-20160514-WA0021Dona Laura quer voltar a ler a bíblia.

Dentre as 400 cirurgias oftalmológicas realizadas na manhã de hoje (14), Laura Gamarra, 79 anos, relatou um motivo especial. A católica fervorosa finalmente ia poder a voltar a ler a bíblia como antes, sem muito esforço. “Eu estava esperando essa cirurgia há 4 anos e já não estava conseguindo ler mais a bíblia, precisava aumentar a lâmpada para poder enxergar. Agradeço a Deus por essa ação, você não imagina como eu fiquei contente de ver esses caminhões chegando em Campo Grande, porque eu assisto todas as reportagens. A gente não tem palavras para agradecer”.

IMG_20160514_092609746_HDRSeu Valdomir “se não fizer a passagem”  quer retomar a antiga profissão.

Se a dona Laura queria voltar a ler a bíblia, o bem humorado Valdemir Rabelo contou que tinha 71 anos mas que completaria 72 se sobrevivesse até a próxima semana. “Se eu não embarcar para a passagem”, disse sorrindo. Seu Valdemir descobriu a catarata faz poucos dias. “Um dia fui trocar meus óculos lá na 13 [rua 13 de maio] e a moça me falou que eu tinha catarata. Daí como eu vi na televisão a Caravana vindo pra cá, eu vim até aqui. Fiz o exame já vou operar um olho. Por mim eu operava os dois hoje, porque a minha ‘matriz’ [a esposa] está me esperando”, disse. Quanto ao que ele fará ao retomar a visão, seu Valdemir foi enfático. “Quero voltar para minha profissão de operador de máquina”. E quanto à ‘matriz’, essa já é a terceira mas apenas uma “que se foi” foi com quem seu Valdemir teve sete filhos, o número de netos ele preferiu não comentar.

IMG_20160514_085508468Dona Alayde, muito bem tratada por todos.

Entre os inúmeros pacientes que aguardavam uma oportunidade de saúde, muito agradecimentos eram para Deus, para o Governo, mas também para a equipe. “Eu descobri a catarata faz pouco, mas estou muito lisonjeada com o carinho e o amor que esse povo tem pela gente. Todos aqui são muito carinhosos”, disse dona Alayde da Silva.

À espera

IMG-20160514-WA0014Elizabel torce pela independência do marido.

Se quem opera tem esperança, quem espera e acompanha cada paciente, não vê a hora de ver o outro retomar as atividades de ter mais qualidade de vida. Elizabel de Oliveira estava à espera do marido, Casimiro Xeliga, de 66 anos. “Eu fui técnica de enfermagem e a saúde dessa País está na CTI praticamente. Esse mutirão tem necessidade de acontecer, porque existem milhares de pessoas precisando de todos os tipos de atendimento. Eu estou muito contente, porque meu marido vai ficar bem independente, pois ter um problema visual deixa as pessoas muito dependentes de alguém, ele não consegue nem ver os números no celular. Ele tem catarata além do glaucoma”, contou.

IMG-20160514-WA0012Aparecida está ansiosa pelo casamento e pela recuperação do noivo.

Aparecida Moreira Alves, a noiva do seu Irio Gimenes, aguardava ansiosa duas situações: o término da cirurgia e o casamento que acontece no mês que vem. “Essa cirurgia vai mudar muito a vida dele, porque faz dois anos que ele tem problema na vista e estava na fila de espera desde janeiro. Nos namoramos faz um ano e meio, mas moramos juntos e como somos evangélicos vamos casar e fazer tudo certinho”. Com os filhos criados e cada um vivendo a sua vida, dona Aparecida espera que o marido fique menos dependente dela, a partir de agora.

Texto: Raquel Pereira

Fotos e vídeos: Marcyllene Marques e Raquel Pereira  – Capa: Victor Chileno/Correio do Estado

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