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Bonito 70 anos: conheça personagens que colaboraram com sua história

    Albuns de Vina contam um pouco da história de Bonito (Foto: Kemila Pellin)

“Lembro-me como se fosse hoje, o dia em que eu cheguei aqui, na década de 60. O município já tinha alguns anos, mas ainda parecia uma grande fazenda. Para se ter uma noção, tinham apenas duas casas de alvenaria e quase nenhuma infraestrutura. A única coisa que ainda continua igual, é a beleza em cada paisagem. Quem mora aqui as vezes nem percebe o quanto isso aqui é lindo, parece que foi desenhado por Deus”, conta Alvina Aparecida Vieira, 71, que por Bonito, dedicou a vida, sendo a primeira enfermeira e anjo da guarda de muitas crianças que chegaram ao mundo com sua ajuda.

Apesar de não ter nascido em solo bonitense, Vina, como é conhecida por todos, chegou ao município muito jovem, vinda de Santa Catarina com a família. Ali, começou sua vida profissional, trabalhando na loja de calçados do Américo Medina e logo depois, na Farmácia Alves, do Seu Zezinho, onde descobriria sua verdadeira vocação e passaria a compor o quadro clinico do primeiro hospital da cidade, que não possuía mais do que um pavilhão, com algumas poucas salas e quase nenhuma estrutura. “Eu comecei auxiliando o Dr Adilson naquela prédio atrás da Escola Estadual Bonifácio Camargo Gomes, onde atualmente está um hotel. No começo era apenas um pavilhão da frente, da Prefeitura, como se fosse basicamente um consultório. Nós fazíamos alguns pequenos atendimentos, como por exemplo, sutura, parto improvisado, em cima de uma maca, totalmente sem recurso nenhum”, detalha, ao explicar que as condições de trabalho acabaram fazendo com que o médico desistisse do posto e deixasse a cidade.

Por sorte, um encontro informal durante uma viagem de compras ao Paraguai, na época por Porto Murtinho, na Ilha Margarida, resultou na ida do Dr Luiz Aleixo para Bonito, que compraria o prédio da Prefeitura e instalaria ali o primeiro hospital do município. “Ele trabalhava no Hospital Militar em Porto Murtinho e veio para Bonito com a intenção de ficar mesmo. Ele procurou a Prefeitura, na época o prefeito era o Liel Jacques, que disse que não podia equipar o hospital, mas que venderia o prédio. Aí ele comprou e equipou e começou a ampliar e ficou aqui por mais de 30 anos”, conta.

Junto com o hospital, surgiu a paixão de Vina pela enfermagem. Com a pouca experiencia que tinha na área, e sem nenhum embasamento teórico, ela passou a auxiliar o médico em cada procedimento e da forma mais difícil, aprendeu a superar os desafios da profissão, e pela vivencia, se tornou a primeira enfermeira que Bonito conhece. “Eu fui ajudar, porque não tinha ninguém. Ele me orientava e tudo que eu aprendi foi com ele. Foi na hora sabe, porque não tinha outra opção. As pessoas chegavam em busca de atendimento e a gente tinha que fazer”, afirma.

Assim como ela, outras jovens do município também acabaram seguindo a profissão por orientação do médico, conforme o hospital crescia. Durante 30 anos eles mantiveram o local em funcionamento e com ajuda de Vinda, salvaram muitas vidas e trouxeram outras tantas ao mundo. “Aqui o negócio era feio. Não tinha muita conversa, os conflitos eram resolvidos na bala ou na faca. Acho que por isso que eu acabei nem me casando. Eu saia para uma festa, por exemplo, e no meio da noite tinha que largar tudo e ir para o hospital ajudar o Dr Luiz em algum procedimento. O hospital exigiu de mim uma dedicação exclusiva e integral, mas eu não me arrependo nenhum minuto, e se me perguntar, eu com certeza faria tudo de novo”, desabafa Vina.

Hoje, ela está aposentada e mora em uma porção da casa que seu pai construiu, em frente a Praça da Liberdade de Bonito. “Eu dividi a casa e alugo outra parte, porque era muito grande só para mim e aluguel também ajuda”, afirma.

Sobre as mudanças no município, durante esses 50 e tantos nos que está aqui, ela afirma que são imensuráveis. “Só quem viu isso aqui crescer, o turismo, principalmente, proporcionar transformações imensas, sabe o que eu to falando. Do que era quando eu cheguei, já não tem praticamente nada. Cresceu, ganhou vida, virou realmente uma cidade e hoje é casa que eu escolhi e não abandono nunca mais”, finalizou.

Pela dedicação e amor ao município, Alvina recebeu o Título de Cidadão Bonitense em 2003, dado pelo então vereador Tó Soares

1 comentário em “Bonito 70 anos: conheça personagens que colaboraram com sua história”

  1. Minha amiga Vina, vêz e faz parte das nossas vidas há tempos. Muito agradecimentos e muitas saudades de um tempo que ficou na memória. Bj no seu coração.

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