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18 de abril de 2024 - 18:44

Bom Dia Campo Grande: UFMS apresenta programa para receber doação de corpos humanos

Coordenadora do setor de Anatomia Humana, Jussara Peixoto Ennes explicou na Educativa 104.7 FM que cadáveres são usados na formação de acadêmicos de áreas como Medicina e Biologia
Coordenadora do setor de Anatomia Humana da UFMS, Jussara Ennes (à direita) detalhou no Bom Dia Campo Grande funcionamento de programa. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)
Coordenadora do setor de Anatomia Humana da UFMS, Jussara Ennes (à direita) detalhou no Bom Dia Campo Grande funcionamento de programa. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)

A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) lançou nesta terça-feira (28) um programa para doação de corpos, a serem utilizados em estudos pelos cursos de Biologia, Educação Física, Fisioterapia, Medicina e Odontologia, entre outros, ajudando na qualificação de acadêmicos. Coordenadora e responsável pelo setor de Anatomia Humana da área de Biociências da instituição, Jussara Peixoto Ennes deu ao Bom Dia Campo Grande detalhes do projeto inusitado, a fim de esclarecer como funciona esse tipo de colaboração para a ciência.

“Estávamos em uma situação de crise de aporte de corpos para ensino. É próprio estudar peças anatômicas, naturais, e vínhamos tendo diminuição nas doações”, explicou ela na Educativa 104.7 FM. A instituição ficou 12 anos sem receber novos corpos.

Em vários países, o programa de doação de corpos existe e ajudou a atenuar uma situação na qual, há anos, não há chegada de corpos à universidade para auxiliar em estudos. “A própria comunidade pode fazer a doação e, assim, participar da formação de profissionais que, na verdade, vão retornar como prestação de serviços com qualidade”.

Jussara explica que, por mais que a tecnologia tenha permitido a confecção de desenhos e moldes, nenhum deles têm as variações anatômicas que a estrutura do corpo apresenta. “E tem outro elemento importante que é a humanização. Quando o aluno trabalha com o corpo humano, ele tem, subliminarmente, a mensagem de que alguém se colocou ali para a evolução, para o benefício da ciência”.

A falta de cadáveres levou a UFMS a suspender algumas das aulas em disciplinas. Até então, corpos entregues à instituição ocorreram com base em uma lei que prevê que cadáveres não identificados ou não reclamados por parentes sejam destinados ao ensino.

“O acervo é usado o tempo todo pelos alunos, sempre com cuidado com as práticas e limitando algumas atividades”. A precaução se deve a preservar o material disponível ao máximo para evitar sua degradação. “Conseguiu-se provar com pesquisas longitudinais que a melhor forma de preparar o profissional, com diminuição de erros médicos, é o estudo com peças naturais”.

Colaboração

O projeto para captação de corpos começou a ser discutido na UFMS em 2010, segundo Jussara. A quase uma década de debates inclui questões como ética, justiça e prática. Detalhes desde a lavratura da certidão de óbito para garantia da guarda dos cadáveres precisaram ser construídas. E, ainda assim, a decisão por doação não é definitiva.

Jussara Ennes disse que corpos doados terão tratamento respeitoso na instituição e ajudarão na preparação de profissionais. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)
Jussara Ennes disse que corpos doados terão tratamento respeitoso na instituição e ajudarão na preparação de profissionais. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)

“Entrando no site do programa (em http://www.doacaodeorgaos.ufms.br) o indivíduo terá a possibilidade de se esclarecer um pouco mais por meio de perguntas frequentes e encontrará a documentação, os formulários, quais dependem da assinatura de testemunha, preferencialmente um parente ou pessoa próxima. As assinaturas têm de ter firma reconhecida”, explicou. A adesão só é permitida a maiores de 18 anos.

A família, porém, terá poder de veto se, no instante final, decidir não realizar a doação. “Tanto o doador pode voltar atrás e decidir que não quer mais doar como a própri família. No momento que isso acontecer vamos respeitar qualquer decisão”. Caso a doação avance, é importante que o cartório esteja notificado para expedição da certidão de óbito e posterior destinação.

A coordenadora explicou, ainda, que o corpo passa a integrar o acervo da UFMS, sendo utilizado em estudos e conservado. “Temos um museu de anatomia que pretendemos ampliar seu acervo. Estamos em vias de implantar uma técnica requintada, a plastinação, que substitui fluídos orgânicos por uma substância sintética, como resina ou silicone. Com isso, passará a ser uma peça perene”, explicou Jussara. Se por um lado os corpos passam a ter preservado seu interesse científico, o mesmo não pode ser dito quanto a ligações afetivas de familiares.

“Não existe relação de proximidade para visita. As peças serão preparadas e, eventualmente, alguma ficará no museu, mas não terá prática de visitação. O que teremos é uma cerimônia ecumênica a qual pretendemos oferecer regularmente, até mesmo para homenagear as famílias por um gesto generoso”, contou.

Jussara reconheceu que, por mais avanços que a doação de corpos possa proporcionar para a ciência, trata-se de um “tema delicado”, sobre o qual gradualmente pode haver maior aceitação. “Mas podem ter certeza de que para nós que trabalhamos lá há o maior respeito em relação aos corpos”, disse.

“Existe uma normativa para que os alunos tenham comportamento ético e, no tempo todo em laboratório com atividades, cobramos essa postura de todos”, emendou a coordenadora. “O doador vai contribuir com a formação de profissionais que vão ajudar muita gente, salvar vidas, e isso é importante”. Mais informações sobre o programa também podem ser obtidas pelo telefone (67) 3345-3532 ou diretamente no Laboratório de Anatomia Humana da UFMS –no campus de Campo Grande da instituição, atrás do Lago do Amor.

Sintonize – Com produção de Rose Rodrigues e Alisson Ishy e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite a você começar o seu dia sempre bem informado, por meio de um noticiário completo, blocos temáticos e entrevistas sobre assuntos variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa.  Os ouvintes podem participar enviando perguntas, sugestões e comentários pelo WhatsApp (67) 99333-1047 ou pelo e-mail reporter104fm@gmail.com.

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