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Institucional

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20 de abril de 2024 - 11:53

Bom Dia Campo Grande: presidente do CRMV-MS fala sobre o Abril Laranja

Rodrigo Piva detalhou na Educativa 104.7 FM as ações do mês de combate aos maus-tratos contra animais, prática que configura crime e cujo aumento é creditado por ele ao aumento no volume de denúncias
Piva alertou no Bom Dia Campo Grande que os maus-tratos contra animais configuram crime e não se restringem a agressões. (Foto: Josemir Bispo/Fertel)
Piva alertou no Bom Dia Campo Grande que os maus-tratos contra animais configuram crime e não se restringem a agressões. (Foto: Josemir Bispo/Fertel)

O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Campo Grande registrou um aumento de 39% nas denúncias sobre maus-tratos a animais entre 2017 e 2018. Desse primeiro ano até fevereiro passado, foram 1.706 casos notificados –177 apenas no primeiro bimestre de 2019. Curiosamente, no mesmo período, foram apenas 134 boletins de ocorrência registrados em delegacias. A fim de alertar a população sobre a importância de denunciar tais crimes, foi instituído o Abril Laranja, proposto pela Sociedade Americana para Prevenção da Crueldade contra os Animais e que tem envolvimento do CRMV-MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul).

Para falar mais sobre a campanha, o novo presidente da entidade, Rodrigo Piva, esteve nesta quarta-feira (10) no Bom Dia Campo Grande, onde deixou claro, por exemplo, o que pode ser qualificado como maus-tratos –e que vai muito além das agressões. “Às vezes pensam que os maus-tratos acontecem só quando o animal é agredido, machucado. Mas não: o abandono do animal, a privação de água e alimento, a pessoa que tem a posse deixar ele doente e não levar ao veterinário e tratar a doença também são considerados maus-tratos”, advertiu. “Cabe penalidade prevista em lei”.

Já o aumento no número de casos, destacou Piva, deve-se ao aumento no número de notificações. “O brasileiro nos últimos anos tem se preocupado bastante com o bem-estar dos animais, com a consciência de fazer denúncias e participar. Assim como as ONGs de proteção, que vem crescendo e fazem um trabalho bacana de acolhida, tratamento e tutela”.

Muito dos problemas, advertiu o presidente do CRMV-MS, vem da falta de informação do tutor sobre o animal que pretende adquirir. “Muitas vezes não pensa que a espécie tem alguns comportamentos e, infelizmente, depois o cachorro se torna um problema: ele não consegue se adaptar e acaba abandonando ou doando”, disse.

Piva reforça que veterinários são os primeiros na linha de frente da defesa do bem-estar animal. (Foto: Josemir Bispo/Fertel)
Piva reforça que veterinários são os primeiros na linha de frente da defesa do bem-estar animal. (Foto: Josemir Bispo/Fertel)

“É muito importante a pessoa conhecer as raças, pesquisar e ver o que enquadra no perfil”, emendou, advertindo ainda que, além das especificidades da raça, é preciso atenção. “Quando se é bem cuidado, carinhoso com o filhote, raramente acontece algo. Mas quando é abandonado, criado como um cão de guarda sem tanta participação com a família e outras pessoas, interagindo mais com quem o trata, geralmente se dá essa tendência (mais agressiva)”. Da mesma forma, ele admitiu também ser possível que animais criados com amor e carinho “quando vê criança você tem de prender, não sendo necessariamente induzido a isso”.

Políticas públicas

Com assento no Conselho Municipal de Bem-Estar Animal de Campo Grande, hoje ocupado pelo conselheiro José Henrique, o CRMV-MS busca orientar e fomentar o poder público de informações em favor da causa animal. Piva avalia que “tem bastante coisa a ser feita” em um setor cuja coordenação está com o CCZ. Porém, também reconhece esforços em torno de projetos como o da UPA Vet –que prevê atendimento emergencial para animais em regime 24 horas.

Da mesma forma, ele elogia as ações do CCZ visando a castração de felinos. “Às vezes os felinos e os próprios cachorros vão se multiplicando e tem de estar conscientizando sobre a posse responsável”. Ele também reconheceu a atuação do Poder Legislativo em colocar o tema em relevância, principalmente a partir de denúncias sobre supostos casos de negativas de atendimento por clínicas veterinárias.

Neste caso, Piva cobrou também ação por parte das pessoas. “Se viu um acidente pegue o animal e leve para a clínica. O colega veterinário vai atender, se não tiver condições, conversem e explique a situação. Mas o mais importante é, sim, levar o animal para tratamento clínico”. Segundo ele, em casos de denúncias sobre a conduta de algum profissional, o CRMV-MS realiza apurações. Da mesma forma, cobrou responsabilidade dos tutores que deixem seus pets soltos na rua sujeitos a essas ocorrências e reiterou que “o veterinário é o principal amante dos animais, que se preocupa com o bem-estar e quer o melhro para eles. Muitos levam para clínicas e abandonam os animais lá, infelizmente. O colega veterinário tenta arrumar um doador ou alguém que vá ficar com a posse do animal. É o agente que mais se preocupa com o bem-estar deles”.

Novo presidente do CRMV-MS assumiu o cargo há cerca de 90 dias. (Foto: Josemir Bispo/Fertel)
Novo presidente do CRMV-MS assumiu o cargo há cerca de 90 dias. (Foto: Josemir Bispo/Fertel)

Rodrigo Piva também falou sobre os estabelecimentos que vendem filhotes. Nestes casos e também nos de feiras, há sempre um responsável técnico responsável pelo bem-estar dos animais. Havendo irregularidades, ele é submetido a um tribunal de ética e será responsabilizado administrativamente, dentro do conselho, e também na parte penal, “porque os maus-tratos são crime”.

A Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista) recebe denúncias sobre maus-tratos a animais pelos telefones (67) 3325-2567 e (67) 3383-9271. O Ministério Público também pode ser procurado –já o CRMV-MS cuida mais da parte do exercício profissional, fiscalizando clínicas denunciadas por práticas ilegais com os animais. O registro no conselho é obrigatório para o exercício profissional, com sua ausência configurando crime.

Nova gestão

Rodrigo Piva assumiu o CRMV-MS há cerca de 90 dias com uma proposta focada na gestão pública, “algo que é o maior gargalo em termos de Brasil”. Em sua pauta, afirma reforçar questões como a transparência e eficiência da coisa pública para beneficiar os veterinários e zootecnistas. Entre as metas, também está a maior articulação política do conselho “para influenciar o Legislativo municipal e o Executivo, estadual e prefeituras” sobre as demandas das categorias.

Ele afirma que outra responsabilidade sobre os profissionais é a “segurança alimentar de toda a população, por meio de órgãos públicos como a Vigilância Sanitária e a Sanidade Animal”. Em sua gestão, também pontua a preocupação com a educaçã continuada, por meio do oferecimento de palestras visando a atualização profissional e construção de redes de relacionamento. “É algo que os colegas pediram que estamos executando na nossa gestão, que vai até o início de 2022”, finalizou.

Sintonize – Com produção de Alisson Ishy e Rose Rodrigues e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite aos ouvintes começarem o dia sempre bem informados, por meio de um noticiário completo, blocos temáticas e entrevistas sobre assuntos variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa.

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