Coordenadora do curso de Nutrição da Estácio de Sá de Campo Grande, Camila Moraes afirma que bebida tem pontos favoráveis, mas deve ser apreciada com moderação
Nesta sexta-feira (24) comemora-se o Dia Nacional do Café, data criada em 2005 por iniciativa da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) para celebrar uma bebida que já foi sinônimo de riqueza e fartura –no início do século passado– e que não só mantém o glamour, como está presente na vida de toda a população. Pesquisas apontam que 9 em cada 10 brasileiros acima de 15 anos consomem diariamente o café em suas diferentes versões (seja feito em casa, no coador ou cafeteira, como os expressos, cappuccinos e outras), mesmo diante de uma pergunta que persiste com o tempo: o café é um mocinho ou vilão?
Para responder a estas e outras perguntas, o Bom Dia Campo Grande desta quinta (23) recebeu a coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Estácio de Sá da Capital, Camila Moraes. À Educativa 104.7 FM, ela reforçou que o café tem suas virtudes e não precisa ser cortado da alimentação de forma geral, porém, merece alguns cuidados por conta de seus efeitos no organismo.
“O café não é tão vilão. Ele na verdade traz diversos benefícios para o dia a dia, na saúde e na rotina das pessoas”, afirmou Camila. Segundo ela, a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda um consumo máximo entre três e quatro xícaras por dia.
“Os benefícios estão relacionados ao efeito estimulante dele, pela presença da cafeína, que pode diminuir o sono e aumentar a energia da pessoa. Consequentemente, ele melhora a concentração. O café também tem efeito termogênico (ajuda na queima de gordura) se associado ao exercício e ação analgésica, ajudando a combater dores de cabeça. Nessas condições, o consumo de café pode ser benéfico”, explicou a nutricionista, segundo quem o tipo de grão e o preparo podem influenciar na quantidade e na absorção pelo organismo de quem bebe da cafeína –substância mais controversa encontrada no café.
E é justamente a cafeína que gera alertas quanto ao consumo. A substância é encontrada, por exemplo, na erva-mate, matéria-prima do tereré. “Por isso é preciso levar em conta a quantidade de cafeína ingerida ao dia, de até 400 miligramas, o que pode se extrapolar quando se associa café e tereré”, afirmou Camila.
Ela ainda advertiu que, pela ação estimulante da cafeína, é bom evitar consumir café depois das 16h, o que garante um sono de mais qualidade. Além disso, há pessoas com sensibilidade à substância ou outras presentes no café, podendo sofrer com o consumo excessivo –que atinge a frequência cardíaca, provoca insônia, causa complicações gástricas como a azia, causa agitação, ansiedade e irritabilidade e, pelo efeito diurético da bebida, pode resultar na eliminação de vitaminas e minerais.
“O café estimula os movimentos intestinais e, por isso, a pessoa pode apresentar quadros de diarreia. É comum aumentar o refluxo, também”, apontou.
Camila Morais ainda afirmou que um dos mitos sobre o café, envolvendo sua dependência, não são tão exagerados. “A pessoa que toma por hábito e o coloca na rotina passa a ter uma necessidade de consumir todos os dias. A ação fisiológica da cafeína pode estimular alguns hormônios e, assim, o organismo pede durante o dia”.
O segredo, destacou ela, está na moderação. Mulheres grávidas, por exemplo, devem evitar o café no início da gestão por conta de seus efeito estimulante e os efeitos no sistema circulatório, que podem afetar o bebê. Quanto às crianças, o consumo recomendado é pela mistura entre café e leite, “que vai enriquecer a bebida com as propriedades nutricionais do leite. E se for uma criança agitada é bom não estimular o consumo em grandes quantidades”.
Sintonize – Com produção de Rose Rodrigues e Alisson Ishy e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite ao ouvinte começar o dia sempre bem informado, por meio de um noticiário completo, quadros temáticos e entrevistas sobre assuntos variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa.