plan cul gratuit - plan cul toulouse - voyance gratuite amour

Institucional

FM 104,7 [ AO VIVO ]

29 de março de 2024 - 09:10

Bom Dia Campo Grande: MS buscará status de área livre de aftosa sem vacinação até 2023, afirma diretor-presidente da Iagro

Luciano Chiochetta explicou efeitos da decisão da OIE para a pecuária estadual no Bom Dia Campo Grande. (Foto: Humberto Marques)

Após a concessão de status de área livre de febre aftosa com vacinação, o Brasil –e por tabela Mato Grosso do Sul– vai trabalhar agora pela conquista de certificação dos rebanhos sem a imunização. A consequência dessa próxima fase é a abertura de mercados que remuneram melhor a carne, por se tratar de um produto com melhor qualidade.

A explicação partiu do diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Luciano Chiochetta, em entrevista ao programa Bom Dia Campo Grande, da FM 104,7. Ele esteve na quinta-feira (24) em Paris, na França, onde a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) entregou ao Brasil o certificado de área livre de aftosa com vacinação, “uma conquista muito importante, resultado de uma luta de quase 60 anos”, destacou Luciano, ressaltando o “trabalho muito forte” de produtores rurais e do setor público para a obtenção do status.

Aos apresentadores Diana Gaúna, Anderson Barão e Bosco Martins, Chiochetta deu detalhes sobre o trabalho diferenciado feito na região de fronteira desde 2006, quando o surgimento de focos de febre aftosa abalou a pecuária sul-mato-grossense. Ele também explicou os problemas causados pela doença, ainda desconhecidos do grande público.

A aftosa, disse ele, é uma doença viral de alto poder de difusão e que causa mais prejuízos aos rebanhos não vacinados ou que têm baixa imunidade. “Ela se caracteriza pelo surgimento de vesículas, feridas na língua e nos casos, o principal sintoma que se observa. Os animais com a doença acabam perdendo peso, não conseguem se alimentar, não produzem leite pela dificuldade de alimentar. Há uma perda econômica muito grande nas propriedades, o principal motivo que leva aos bloqueios sanitários”, disse Luciano.

Luta antiga

Segundo Luciano Chiochetta, o próprio sistema sanitário estadual foi criado, em 1979, tendo a aftosa como foco de ação, incluindo aí uma legislação rigorosa para registro do trânsito dos animais. Como resultado, hoje Mato Grosso do Sul vende produtos de origem animal para mais de 150 países.

Mato Grosso do Sul já era reconhecido como área livre de aftosa com vacinação –o certificado apenas referenda que quatro regiões onde a doença ainda gerava preocupações (Amapá, Roraima, Amazonas e parte do Pará) criaram condições seguras para os animais. Contudo, o reconhecimento da OIE poderá trazer benefícios também ao Estado.

“A expectativa neste momento é que os mercados se abram, com valorização do que é produzido em Mato Grosso do Sul e no país. Os mercados que compram carne do Brasil buscam justamente essa equivalência entre os Estados. Se tem a equivalência tem um produto de qualidade. E se tem qualidade, se obtém o melhor preço”, disse.

Luciano afirma que, agora, o objetivo é buscar o status de área livre sem vacinação, a exemplo do que ocorre desde 2007 em Santa Catarina. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Planejamento tem planos para erradicar a doença e, em Mato Grosso do Sul, eles preveem a retirada da vacina em 2021, para que em 2023 se pleiteie o novo status.

“Para isso precisa reestrutura o serviço sanitário focado na vacinação. É uma sistemática diferente”, disse o diretor da Iagro. “Quando retira a vacina você precisa trabalhar forte na vigilância, na prevenção”, emendou, adiantando que o projeto nesse sentido já está em andamento e que essa mesma qualidade se refletirá, também, para os consumidores brasileiros.

Da mesma forma, permitirá a abertura de mercados como o dos Estados Unidos e Japão, que pagam melhor pelo produto. “A grande vantagem de retirar a vacinação, desde que seja de forma segura, é o acesso a mercados com melhor remuneração”. Isso, porém, depende da conscientização do produtor sobre seu papel na sanidade dos rebanhos.

Vacinação

Até lá, porém, o Estado precisa manter a saúde dos rebanhos com vacinação. Nesta quinta-feira (31), termina o prazo para imunização dos rebanhos na fronteira e no Planalto. Os produtores terão até 15 de junho para informar a Iagro sobre a aplicação das doses, a fim de regularizar o trânsito animal no Estado.

Já no Pantanal, Luciano Chiochetta informou que, devido às condições específicas da região, o calendário é diferenciado –a vacinação vai até 15 de junho, sendo dados na sequência mais 15 dias para o registro das vacinas (terminando em 2 de julho). Contudo, produtores podem também vacinar o rebanho em novembro.

As cheias na planície pantaneira têm criado dificuldades para a vacinação, havendo pedidos do Sindicato Rural de Corumbá e da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) para prorrogação. “Tomamos algumas medidas emergenciais, autorizando a retirada de animais para vacinação no destino a fim de não ter problema”, explicou o diretor.

A expectativa é de que 99% do rebanho do Estado, com 21 milhões de cabeças, seja vacinado dentro do período oficial –o restante deve ser imunizado. “Para poder avançar o produtor precisa fazer o seu dever de casa”, afirmou Luciano, apontando que, quem ignorar o apelo, estará sujeito a multas pesadas.

O diretor-presidente da Iagro ainda destacou que Mato Grosso do Sul é modelo de sanidade animal no Brasil, com técnicos inclusive oferecendo treinamentos pelo país e preparados para atuar em situações de emergência sanitária.

Sintonize – O Bom Dia Campo Grande vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h, podendo ser sintonizado pela FM 104,7 ou no Portal da Educativa –na aba “Ouça a rádio”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *