Jornalista Sabrina Nakao, idealizadora do projeto em redes sociais, explicou na Educativa 104.7 FM importância da educação financeira na vida dos pequenos
Começou com uma viagem em família, na qual a filha comprou por US$ 1 um pacote de miçangas, que se tornaram várias pulseiras. Um filho, então, deu a ideia de vender os artesanatos em um encontro de slime –febre entre os adolescentes. O faturamento de R$ 280 chamou a atenção, mas a negativa para presença em outra feirinha levou a mãe, a jornalista Sabrina Nakao, a decidir fazer ela mesma uma feira para que seus filhos pudessem colocar os produtos à venda.
Esta foi a história que a idealizadora da feira Crianças e Finanças, um evento de empreendedorismo que chega à sua segunda edição neste domingo (19) na Cross Mania, na rua Arthur Jorge, em Campo Grande, contou ao Bom Dia Campo Grande nesta terça-feira (14). Em entrevista, Sabrina deu detalhes sobre o evento e a importância de despertar nos pequenos a responsabilidade em lidar com dinheiro. E, também, a importância de o ganhar.
“O empreendedorismo traz muita coisa bacana à criança. O planejamento, inclusive o fato de se dar valor ao trabalho dos pais, ao dinheiro. Fora que, ao ser adulto, vai saber se virar em qualquer momento da vida”, contou a jornalista e youtuber –que transformou o trabalho em um canal em redes sociais focado na educação financeira para crianças.
“Não é só para gerir a própria carreira, mas para ter responsabilidade social, algo que o empreendedor precisa. Empreender não é só pensar em si, é pensar em fazer coisas para uma comunidade, ter mais empregos, conseguir ajudar um maior número de pessoas”.
Segundo a jornalista, o projeto nasceu diante da perspectiva de ensinar à criança como apostar em uma oportunidade de trabalho, justamente em um momento da vida no qual não há problema em falhar. “A criança pode errar, acerta e erra, sem problemas. Não haverá nenhum grande problema, mas depois, se errar na vida adulta, com contas a pagar, é bem mais complicado”, justificou.
Lúdico
Sabrina Nakao conta que a feira de empreendedorismo é voltada para crianças entre 4 e 13 anos. Assim, para facilitar o aprendizado, a aposta é transformar a educação financeira em uma coisa divertida. “Se não for legal elas não vão querer. Os 20 que participaram da primeira feira estão de novo. Tem de ser divertido, fazer o produto antes, como vender e no final ver o dinheiro ou os produtos que trocaram com os amigos”, destacou.
A feira que acontece no próximo domingo já está com inscrições encerradas para os pequenos comerciantes –isso porque todos passaram por um período de 30 dias de treinamento que envolveu desde a definição do negócio, o batismo da empresa e dos produtos e os testes até a fabricação. “A mãe que inscreve o filho para a feira, muitas vezes, não tinha nenhum produto. Ela responde um questionário onde consigo avaliar o que posso sugerir”, afirmou. Em geral, a alternativa apresentada é aceita de primeira e surte o resultado desejado.
Essa fase, também, pede estímulo dos pais aos pequenos empreendedores. “Não é só empreender e vender. Depois que fez (o produto), deve olhar e falar ‘como você fez bem, que fantástico’, ‘acho que tem pessoas que comprariam’. Tem de incentivar, empoderar a criança, deixando ela feliz e orgulhosa do que fez. Assim ela vai querer empreender”, explicou, reforçando ser esta uma das várias técnicas aplicadas –como o “Relógio dos Sonhos”, onde a criança aprende a fixar metas de curto, médio e longo prazo para o negócio e para si mesma. “Isso faz elas refletirem sobre o que querem fazer com o dinheiro”.
Desenvolvimento
A feira será o fechamento de um trabalho que envolveu, ainda, noções de marketing, precificação e um passo a passo do qual os pais também participam. Sabrina destacou que, durante esse trabalho, as crianças aprendem a desenvolver as características necessárias para um empreendedor, algo que qualquer um é capaz, salientou.
“Tem pessoas mais comunicativas, mas para ser empreendedor tem várias características. Às vezes dizem que alguém é super-empreendedor, mas na verdade tem uma característica. Quase metade das crianças na última feira não tinham comunicação ou desenvoltura. Uma das mães me procurou dizendo estar chocada porque era uma nova criança, que foi, ofereceu, puxou o prefeito para vender. Desenvolveu algo que é uma característica do empreendedor”.
Sabrina também explica que optou, na segunda edição, usar o termo “Crianças e Finanças” para se alinhar ao seu projeto de consultoria, que inclui um canal no Youtube e perfis nas redes sociais Instagram e Facebook, onde ensina famílias a como repassar às crianças ensinamentos sobre como lidar com o dinheiro. “Com toda certeza fará elas terem um futuro estável”, disse. Os exercícios incluem explicações sobre como fazer a criança entender o valor do dinheiro, apontando o que é possível comprar dentro de sua capacidade de entendimento naquele momento da vida.
“Não adianta dar a uma criança de 3 anos mais do que ela sabe contar. Se conta até dez, dê dez moedas. Não use moedas de R$ 0,25, R$ 0,50 ou R$ 0,10. Se ela não sabe contar, use só as de um real e mostre o que se compra com cinco moedas: uma cartela de adesivos, um sorvete. É gastar o dinheiro para entender a dinâmica de que é para quilo que o dinheiro serve. Como ganhar: se obedeceu as regras da casa, ela vai ser monetizada”, disse.
A feira Crianças e Finanças acontece no domingo, das 16h30 às 19h, na Cross Mania da rua Arthur Jorge, no Jardim dos Estados. No evento também acontecerá um desfile de pets, cuja participação custa R$ 5 e promete premiações em dinheiro como forma de atrair frequentadores ao evento. Mais informações podem ser encontradas nos canais de Sabrina Nakao e de seu projeto nas redes sociais.
Sintonize – Com produção de Rose Rodrigues e Alisson Ishy e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite aos ouvintes começarem o dia sempre bem informados, por meio de um noticiário completo, blocos temáticos e entrevistas sobre assuntos variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa.
