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23 de abril de 2024 - 22:27

Bom Dia Campo Grande: “Amor e ódio em tempo de redes sociais” será tema de evento na Capital

Psicanalista Shirley Gurgel de Alencar falou à Educativa 104.7 FM sobre tema do Bar Freud, evento aberto à sociedade, e sobre a influência da internet no comportamento das pessoas

Maristela Cantadori entrevista Shirley Alencar (à direita), que falou ao Bom Dia Campo Grande sobre a edição do Bar Freud desta quarta-feira. (Foto: Daniela Lima)
Maristela Cantadori entrevista Shirley Alencar (à direita), que falou ao Bom Dia Campo Grande sobre a edição do Bar Freud desta quarta-feira. (Foto: Daniela Lima)

Com o tema “Amor e ódio em tempo de redes sociais”, acontece nesta quarta-feira (20), a partir das 19h30, mais uma edição do Bar Freud, realizado pela Sociedade Psicanalista de Mato Grosso do Sul visando a discutir temas atuais e seus efeitos na sociedade. A psicanalista Shirley Gurgel de Alencar, integrante da entidade, falou ao Bom Dia Campo Grande desta terça (19) sobre a importância de se escolher tal tema, diante da penetração que meios como o Facebook, Twitter e o Instagram têm na sociedade e, principalmente, como influenciam as pessoas, sobretudo diante de situações onde a agressão ao semelhante salta aos olhos.

“Em nós habita uma besta. Não está só no outro, mas dentro de cada um de nós. E é muito importante que saibamos disso porque só a partir da consciência é que vou poder contatar o outro e não o prejudicar”, disse Shirley à Educativa 104.7 FM, apontando que um dos objetivos do Bar Freud é dialogar com a sociedade temas polêmicos que, nem sempre, deixam as pessoas confortáveis.

A psicanalista adverte que uma mesma pessoa capaz de um gesto altruísta tem em si um ser destrutivo que, valendo-se das redes sociais, imagina que o anonimato ajudará a lhe dar vazão ao ódio. Apesar do discurso aparentemente negativista, ela reforça que “o ódio e a barbárie têm o poder de destruir, assim como o amor tem o de construir. E ambos sempre estiveram em nós, seres humanos”.

Com o avanço das tecnologias e da internet, que trouxe consigo as redes sociais, a psicanalista avalia que se criaram meios de se disseminar tais sentimentos que, frisou ela, sempre estiveram nas pessoas. “As mídias e redes são instrumentos de vazão do amor e do ódio. Tendemos a achar que o causador está fora de nós. Não, o que está fora é o facilitador”. Nesse sentido, a visibilidade que o ódio conquistou parece superar e muito o outro sentimento, inclusive com alcance global.

Um caminho para uma melhor relação com tal meio, na sua avaliação, é a instituição de “fronteiras”, limites impostos em casa e que fazem parte do desenvolvimento e maturação do ser humano. “Tudo começa dentro de casa. Não nascemos prontos, precisamos d eoutro para nos ensinar a conter os impulsos destrutivos e colher o amor. Porque o ódio é um dos principais sentimentos que nascem com a gente, enquanto o amor tem de ser desenvolvido”.

Conexões

O massacre em uma escola de Suzano (SP), na semana passada, foi um exemplo sobre como esse novo ambiente atinge as pessoas. Shriley de Alencar reforçou que um dos autores do crime, um adolescente, indicava ser uma pessoa desconectada da família.

Psicanalista adverte sobre a importância de a família se fazer presente não apenas de forma presencial, mas emocionalmente na vida de crianças e adolescentes. (Foto: Daniela Lima)
Psicanalista adverte sobre a importância de a família se fazer presente não apenas de forma presencial, mas emocionalmente na vida de crianças e adolescentes. (Foto: Daniela Lima)

“Parece uma coisa piegas, simples, mas o que salva o ser humano é nossa capacidade de amar, de nos conectar ao outro”, afirmou. Ela ainda pontuou que a adolescência é um “campo minado”, onde o jovem passa por diversas transformações físicas e emocionais na qual deixa de ser criança e, ao mesmo tempo, ainda não é um adulto, criando um ambiente angustiante no qual a aceitação e autoafirmação, muitas vezes, aparenta vir das redes sociais.

Comportamentos explosivos, desde o bater de portas ao vestuário, são na verdade sinais de que o adolescente está pedindo ajuda ou, simplesmente, atenção. “Não é para os pais se assustarem. Enquanto faz isso está pedindo socorro, contenção. O problema é quando não é contido, conversado. E às vezes tem de por limite. Estamos criando uma geração de crianças sem limite”, alertou, reiterando que a situação do lar também acaba refletida no comportamento dos mais jovens.

Shriley volta às mídias sociais para cobrar uma maior conexão das pessoas com o mundo real. “As mídias aproximam quem está longe, mas distanciam quem está perto. O que é mais importante em todo esse contexto é não perder o contato olho a olho, o diálogo, a discussão, a briga, que faz parte do amor. Termos uma conexão humana e não por imagens”, disse. “Mas o que acontece é que vivemos em uma sociedade muito ligada à imagem”, disse, lembrando que, em perfis de redes sociais, “quem tem 100 ou 1.000 amigos na verdade não tem nenhum, porque o amigo tem um vínculo tão profundo que você consegue contar nos dados da mão”.

Atenção

A psicanalista recomenda que os pais se mantenham sempre atentos ao conteúdo que os filhos consomem na internet, a fim de evitar desde mensagens diretas até às subliminares. Ao mesmo tempo, reforça que o poder público deve ter políticas para ajudar a comunidade a se conscientizar dos efeitos da agressividade.

Casos como da Boneca Momo –que traz em postagens na internet mensagens em favor do suicídio– ou de uma garota de 11 anos que morreu em Mundo Novo, vítima de tiro quando manuseava uma arma, foram lembrados pela psicanalista, que disse haver nessa idade uma curiosidade que, muitas vezes, coloca de lado os perigos ou incute mensagens no inconsciente. “A internet e as mídias sociais são fabulosas na construção da comunicação, da capacidade amorosa que temos de nos comunicar globalmente, mas o mesmo instrumento que constrói dissemina o perigo, porque depende de um ser humano por trás”.

Exemplos de conduta, destacou ela, vem do simples fato de deixar o celular de lado para se dedicar à interação familiar. “A solução para isso é simples e ficamos perdidos no tiroteio todo. A solução e se conectar emocionalmente com seus filhos, estar disponível emocionalmente e não presencialmente, apenas de corpo presente”, sentenciou. “A criança precisa de um olhar, dessa contenção”. Tais cuidados, prosseguiu, serão internalizados na vida, ou seja, integrar um ambiente patogênico, isso vai reverberar em quem sou de alguma forma.

“O ser humano precisa voltar a ser ‘um ser’. É mais fácil a gente sentir ódio e inveja e querer destruir o outro”, complementou, reiterando a importância do diálogo em casa com as crianças desde pequenos, para que elas sejam educadas também emocionalmente. “A criança tem de ter noção do limite e do respeito pelo outro, e aí vão disseminar esse amor”.

Convite

O Bar Freud se assemelha a um café filosófico, onde diferentes temas são discutidos em cada edição –já passando por temas que vão desde o que une os seres humanos à psicanálise no direito. A edição desta quarta-feira começa às 19h30 no Barô, à rua Manoel Cecílio, 971. Os ingresso podem ser adquiridos no local ou na Sociedade de Psicanálise do Estado. Mais informações podem ser obtidas pelo site http://www.spms.com.br ou pelo telefone (67) 3325-7770.

Sintonize – Com produção de Rose Rodrigues e Lívia Machado e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite ao ouvinte começar o dia bem informado, por meio de um noticiário completo, blocos e entrevistas sobre temas de relevância local, nacional e mundial. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM, podendo ser acompanhado também pelo Portal da Educativa.

One Comment on “Bom Dia Campo Grande: “Amor e ódio em tempo de redes sociais” será tema de evento na Capital”

  1. Parabéns Dra. Shirley , pela brilhante entrevista. Assunto abordado superatualizado no contexto da sociedade brasileira.

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