Ana Paula Batistute, presidente da International Coach Federation no Estado, detalhou à Educativa 104.7 FM metodologias do coaching e como técnicas, feitas por profissionais, podem melhorar a vida das pessoas
Nos últimos anos, tornou-se comum nos ambientes de trabalho e até pessoais a figura do “coach”, um especialista de determinada área que busca auxiliar as pessoas a se prepararem para diferentes desafios. Contudo, o coaching acabou se tornando um chavão usado para classificar uma simples transmissão de técnicas, estando longe do seu real significado.
Para falar mais sobre o tema, o Bom Dia Campo Grande desta terça-feira (30) recebeu Ana Paula Batistute, presidente do ICF (International Coach Federation) em Mato Grosso do Sul. Trata-se da representação local de uma instituição que reúne e certifica mais de 35 mil profissionais pelo mundo, e que realiza entre 29 de abril e 5 de maio a Semana Internacional de Coaching, promovida desde 1999 e que neste ano tem o tema “profissionalização e banalização”.
O foco se tornou necessário justamente pelo surgimento de pessoas que, avistando um “mercado” aquecido, começaram a vender serviços que não são necessariamente de coaches, baseando-se em sua vida profissional e acadêmica. “O coaching é uma metodologia de desenvolvimento pessoal e profissional, com ferramentas de administração, psicologia e filosofia, para um processo de autoconhecimento. A intenção é ajudar a instigar o potencial de cada um”, disse Ana Paula à Educativa 104.7 FM.
Ela separou o coaching de práticas como terapia, voltada ao passado, e mentoria, de alguém mais experiente que traz sua experiência para contribuir com a vida de outros. “O coaching é um processo, uma metodologia para se desenvolver”.
Banalização
A presidente da ICF-MS reforçou que a entidade, presente em 145 países, segue um código de ética e 11 competências para o desenvolvimento da profissão de coach. “Acha-se que a formação de coach não é tão rápida, mas é um processo que usa ferramentas. É muito importante ter base, estrutura”. Ela afirma que a certificação vinda da instituição “leva um tempo muito grande de estudo”. Nesse sentido, a Semana Internacional de Coaching permite, via ações presenciais e webnários no site da entidade, que as pessoas conheçam de forma um pouco mais aprofundada detalhes da atividade.
Um complicador para a atividade é a falta de regulamentação nacional, porém, Ana Paula explica que os coaches que desejam elevar seu nível de atuação devem buscar a afiliação à ICF, tendo acesso a educação continuada e exames. Segundo ela, a banalização vem do fato de muitos profissionais não terem a plena noção do que representa a atividade.
“Às vezes a pessoa entra achando que é só uma semana ou um final de semana, e não é. O coaching é um processo de estudo contínuo. Como instituição, temos todo um aparato para mostrar os níveis para fazer a caminhada”. Segundo ela, empresas que buscam tais serviços para suas equipes hoje têm a certificação do ICF como exigência para o fechamento de contratos.
Áreas
Segundo a coach, que atua na área de Coaching Ontológico –o uso da linguagem para mudança da realidade–, há diferentes áreas na qual o profissional pode atuar, seja no pessoal ou no profissinal para os coachees (clientes).
A origem do termo coach é sua raiz inglesa –a palavra significa “treinador” em português. “No caso, fazemos perguntas instigantes para levar você à reflexão. Não estou aqui para ensinar, mas para ajudar você a olhar para dentro de si e encontrar a melhor resposta. A ida de um ponto ‘a’ para um ‘b’ é complexa, mas a questão é dar o próximo passo, e você vai descobrindo o caminho. Não há uma fórmula exata porque cada ser tem sua complexidade”, explicou Ana Paula Batistute.
Ela adverte, porém, que um coach é obrigado a discernir para os coachees quando adotará uma metodologia mais alinhada com sua formação profissional. “Um psicólogo que atende ao cliente como coach, por exemplo, ao ver que o assunto demanda um processo terapêutico, deve informar e atender de forma separada”, disse.
A atividade pode ser implementada em diversas áreas profissionais ou no cotidiano, desde que seguida a correta aplicação. “Trabalho com comunicação, então, é comum pessoas dizerem que querem melhor o relacionamento com os filhos. A partir disso ajudo a pessoa a entender, encontrar dentro dela formas de lidar”, disse. “Trabalho o aqui e o agora, levando a pessoa adiante porque, na questão da comunicação, ela pode ter dificuldade em falar com o outro, não ter clareza para se expressar ou não consegue se posicionar”.
Ana Paula afirma que “o coach vai ajudar a pessoa a fazer a transformação que ela quer”. Porém, recomenda que o interessado busque informações e, sobretudo, pessoas efetivamente credenciadas para exercer a atividade. O site http://www.icf.org.br tem uma relação de profissionais reconhecidos pela instituição –cerca de 600 no país e dez em Mato Grosso do Sul. “É importante que as pessoas, coaches e não coaches, busquem informações para ver outros tipos de referências”.
A Semana Internacional de Coaching segue nos próximos dias, estando agendado um webnário no site da ICF, às 18h (de MS), para falar sobre Ética. A instituição também está presente no Facebook, por meio das páginas ICF MS e a ICF Brasil, com mais conteúdos.
Sintonize – Com produção de Rose Rodrigues e Alisson Ishy, e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite aos ouvintes começaram o dia sempre bem informados, por meio de um noticiário completo e entrevistas sobre temas variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa.
