O Acidente Vascular Cerebral (AVC) entre os jovens tem aumento significativo e preocupa os especialistas. O AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea.
A doença acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. Atitudes simples pode ser fundamental, quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa. Desta forma, torna-se primordial ficar atento aos sinais e sintomas e procurar atendimento médico imediato.
O jornalista Leonardo Paraná tem mais informações sobre o assunto. Confira na reportagem ao Jornal da Educativa:
Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes:
- AVC hemorrágico: ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.
- AVC isquêmico: ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.
Sintomas
Existem alguns sinais que o corpo dá que ajudam a reconhecer um Acidente Vascular Cerebral. Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são:
- Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo;
- Confusão mental;
- Alteração da fala ou compreensão;
- Alteração na visão (em um ou ambos os olhos);
- Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
- Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
Importante: Caso qualquer um desses sintomas apareçam, é fundamental ligar para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU – 192), Bombeiros (193) ou levar a pessoa imediatamente a um hospital para avaliação clínica detalhada. Quanto mais rápido for o atendimento, maiores serão as chances de sobrevivência e recuperação total.
Diagnóstico
O diagnóstico do AVC é feito por meio de exames de imagem, que permitem identificar a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral. Tomografia computadorizada de crânio é o método de imagem mais utilizado para a avaliação inicial do AVC isquêmico agudo, demonstrando sinais precoces de isquemia.
Assim que o paciente chega ao hospital, entre os cuidados clínicos de emergência estão:
- Verificar os sinais vitais, como pressão arterial e temperatura.
- Checar a glicemia.
- Colocar a pessoa deitada, exceto se houver vômitos.
- Colocar acesso venoso no braço que não estiver paralisado.
- Administrar oxigênio, caso a pessoa precise.
- Determinar o horário de início dos sintomas por meio de questionário ao paciente ou acompanhante.
Os procedimentos com finalidade diagnóstica em neurologia estão contemplados no Sistema Único de Saúde – SUS.
Fatores de risco
Existem diversos fatores que aumente a probabilidade de ocorrência de um AVC, seja ele hemorrágico ou isquêmico. Os principais fatores causais das doenças são:
- Hipertensão;
- Diabetes tipo 2;
- Colesterol alto;
- Sobrepeso;
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Uso excessivo de álcool;
- Idade avançada;
- Sedentarismo;
- Uso de drogas ilícitas;
- Histórico familiar;
- Ser do sexo masculino.
- Causa do AVC hemorrágico
O AVC hemorrágico tem como causa, principalmente, a pressão alta descontrolada e a ruptura de um aneurisma. No entanto, também pode ser provocado por outros fatores, como:
- Hemofilia ou outros distúrbios coagulação do sangue;
- Ferimentos na cabeça ou no pescoço;
- Tratamento com radiação para câncer no pescoço ou cérebro;
- Arritmias cardíacas;
- Doenças das válvulas cardíacas;
- Defeitos cardíacos congênitos;
- Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos), que pode ser provocada por infecções a partir de doenças como sífilis, doença de Lyme, vasculite e tuberculose;
- Insuficiência cardíaca;
- Infarto agudo do miocárdio.
- Causa do AVC isquêmico
O AVC isquêmico se divide em quatro subgrupos, com causas distintas:
- AVC isquêmico aterotrombótico: provocado por doença que causa formação de placas nos vasos sanguíneos maiores (aterosclerose), provocando a oclusão do vaso sanguíneo ou formação de êmbolos.
- AVC isquêmico cardioembólico: ocorre quando o êmbolo causador do derrame parte do coração.
- AVC isquêmico de outra etiologia: é mais comum em pessoas jovens e pode estar relacionado a distúrbios de coagulação no sangue.
- AVC isquêmico criptogênico: ocorre quando a causa do AVC isquêmico não foi identificada, mesmo após investigação detalhada pela equipe médica.
Prevenção
Muitos fatores de risco contribuem para o aparecimento de um AVC e de outras doenças crônicas, como câncer e diabetes. Alguns desses fatores não podem ser modificados, como a idade, a raça, a constituição genética e o sexo. Outros fatores, entretanto, dependem apenas da pessoa e são os principais para prevenir essas doenças.
- Não fumar;
- Não consumir álcool;
- Não fazer uso de drogas ilícitas;
- Manter alimentação saudável;
- Manter o peso ideal;
- Beber bastante água;
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Manter a pressão sob controle;
- Manter a glicose sob controle.
Tratamento e Reabilitação
O tratamento do AVC é feito nos Centros de Atendimento de Urgência, que são os estabelecimentos hospitalares que desempenham o papel de referência para atendimento aos pacientes com AVC. Essas unidades de saúde disponibilizam e realizam o procedimento com o uso de trombolítico, conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico.
A reabilitação pode ser feita nos Centros Especializados em Reabilitação (CERS). A melhor forma de tratamento, atendimento e reabilitação, que podem contar inclusive com medicamentos, devem ser prescritos por médico profissional e especialista, conforme cada caso.
Créditos: Ministério da Saúde