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25 de abril de 2024 - 05:21

Artista plástico João Sebastião morre aos 66 em Cuiabá

O pintor, desenhista, figurinista e professor João Sebastião da Costa morreu neste domingo (28.02) em Cuiabá (MT). O artista plástico de 66 anos sofreu uma parada cardíada, por volta do meio-dia, após ter sido internado no sábado (27.02). A morte prematura do cuiabano deixou as comunidades artísticas de Campo Grande e Cuiabá de luto, já que ele era um dos artistas plásticos que mais se destacava na região desde o final dos anos 1960.

Humberto Espíndola lamentou a morte de João Sebastião: “Companheiro de jornada, ele é um dos maiores pintores brasileiros. Um amigo e irmão que amo e aprecio tanto como pessoa quanto artista incomparável.” A ligação entre os dois artistas vem desde 1969, quando João Sebastião começou a frequentar o ateliê de Humberto Espíndola. Em Campo Grande, o cuiabano fez apenas duas exposições. Uma coletiva em 1970 no “1º Panorama de Artes Plásticas em Campo Grande” na Associação Mato-grossense de Arte (AMA) e uma individual em 1977.

arteA arte de João Sebastião ficou mais conhecida em Campo Grande por ele ter criado os figurinos do grupo Tetê e o Lírio Selvagem e os cenários do show do quarteto. Na capa do LP lançado pelo grupo em 1978, assim como no famoso clipe da música “Bem-te-vi” que os irmãos Tetê, Geraldo, Celito e Alzira fizeram para o “Fantástico”, da Rede Globo, no mesmo ano, chama a atenção os collants pintados por João Sebastião em que ele estampou bichos do Pantanal, como onça, arara e tucanos. O visual ajudou a marcar o grupo e vincular o trabalho dos irmãos Espíndola ao meio ambiente e ao alerta ecológico.

João Sebastião iniciou seus estudos de pintura com Bartira de Mendonça em 1965, em Cuiabá. Entre 1966 e 1967, trava contato com artistas representativos de tendências modernas, no Rio de Janeiro. A partir de 1973, desenvolve atividades artísticas no Museu de Arte e Cultura Popular na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. Ele tinha filhos adotivos.

Abaixo as palavras da crítica de arte Aline Figueiredo sobre a obra de João Sebastião escritas em 1977: “A pintura de João Sebastião agrupa a diversidade de nossa cultura. Seu tema, partindo de uma preocupação regional, aborda nosso sincretismo religioso ligando homem, santo, bicho e fruto. Supervalorizando esses elementos ele sugere os telurismos desta grande área verde do Centro da América do Sul. Homens-bichos-santos formam uma Trindade mística envolvida ao culto do Divino Espírito Santo, luz que ilumina suas cabeças. Trindade que reúne os mistérios da mata e das cidades ribeirinhas. (…) Nessa obra de formas e cores vibrantes o artista não aborda a onça como a imagem que se tem de Mato Grosso. Suas onças antropomórficas transcendem o bucólico e atingem a personificação das forças da natureza. É a cultura autóctone, a ´natura sapiens´ que a tudo espreita e transforma à sua semelhança. Com o mesmo sentido, porém, tendendo mais a um encantamento, enfatiza o caju, riqueza do cerrado, fruto da amizade (…). João Sebastião tem a audácia de fazer uma abordagem que corre o risco de parecer folclórica ou kitsch. Mas se faz necessário frisar que toda a força de seu tema está justamente nesse risco e na ironia dessa abordagem. (…)”

Link para assistir ao vídeo do grupo Tetê e Lírio Selvagem da canção “Bem-te-vi” em que o grupo usa os collants de João Sebastião

https://www.youtube.com/watch?v=mjB4-cPwm2c

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