Ao apresentar oficialmente “Coração do Brasil” ao governador Reinaldo Azambuja e ao público em geral, na noite dessa quinta-feira (14), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, Almir Sater disse que “foi fácil” fazer a música porque ela traduz o sentimento de um sul-mato-grossense de nascer e viver em num Estado maravilhoso e privilegiado pelas suas belezas naturais. “Sinto-me gratificado por presentear um Estado que me trata tão bem com uma música que veio pronta, pra gente que é daqui, que gosta daqui”, comentou.
Compor “Coração do Brasil”, em homenagem aos 40 anos de criação de Mato Grosso do Sul, foi uma inspiração que veio espontaneamente junto com o instrumentista e velho amigo de infância e parceiro, Paulo Simões, que também estava na plateia.
No palco, presença de elementos que compõe essa miscigenação e dois telões, pelos quais o público ouviu e viu o vídeo, pela primeira vez, de “Coração do Brasil”, interpretada por Almir Sater, ao som de viola e participação dos músicos: Tamires Tannous, nos solos; vocais em duplas, Gabriel Sater e Alzira E; refrão, Gisele Sater, Paulo Simões, Rodrigo Sater e Erc Silver. No show ao vivo, ela ganhou força harmônica com a acordeon e violões, instrumentos que integram a banda do cantor.
Almir Sater não cobrou direitos autorais pela composição ao Governo do Estado. Ele disse que a música, além da sua simbologia, acabou contribuindo para que se redimisse de um devaneio poético do passado quando compôs “Terra Boa”, onde um refrão da letra citava o Estado como “Sul de Mato Grosso”. “Aquilo ficou entalado, muitas pessoas não entenderam, mas agora posso falar Mato Grosso do Sul de boca cheia”, lembrou, em entrevista, onde confessou que, no início da longa discussão, foi contra a divisão de Mato Grosso.
O evento aberto ao público marcou o lançamento oficial pelo Governo do Estado do projeto dos 40 anos de Mato Grosso do Sul, criado em 11 de outubro de 1977 com a divisão territorial de Mato Grosso, e o cenário produzido desde a entrada do Centro de Convenções retratou um pouco das manifestações culturais e da mistura de raças que traduzem a identidade regional. Ali estavam o Ford Landau 1978, que serviu ao ex-governador Harry Amorim Costa, e representantes de várias etnias latinas e indígenas, além da estátua de Manoel de Barros.
O show de Almir Sater durou 1h20, onde o cantor apresentou composições autorais e clássicos, como “Kikio” (Geraldo Espindola), “Trem do Pantanal” (Geraldo Roca-Paulo Simões) e Chalana (Mário Zan-Arlindo Pinto), e novas que integram o premiado CD “Ar”, em parceria com Renato Teixeira, com o qual já gravou novo disco, o “+Ar”. Antes de interpretar “Chalana”, a pedido do público, para despedir-se do palco, cantou “Coração do Brasil” dedilhando uma pequena viola de seis cordas. “É uma música que arrepia, cumpre o seu papel”.