Dados divulgados recentemente pelo Observatório da Prevenção e da Erradicação do Trabalho Infantil, desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), revelaram que o número de acidentes de trabalho com crianças e adolescentes no Brasil aumentou em 30% entre 2019 e 2020. Aqui no estado, ao contrário dos dados nacionais, houve redução nos casos.
De 2012 a 2020, cerca de 257 adolescentes entre 14 e 17 anos envolveram-se em acidentes de trabalho em Mato Grosso do Sul. Os dados registram apenas adolescentes com vínculo de emprego regular, na condição de aprendiz. Já 2020 foi o ano com menos notificações de acidentes de trabalho envolvendo a população adolescente no estado, segundo levantamento feito desde 2012. Foram apenas 8.
Em entrevista ao programa MS no Rádio da Educativa FM 104,7, a Cândice Gabriela Arosio, comemora a redução dos números com moderação, já que eles não representam a real dimensão do problema, devido ao número alto de subnotificações.
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Todos os direitos foram ainda mais afetados com a realidade da pandemia. Foi o que pontuou a procuradora, que também é coordenadora regional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente do Ministério Público do Trabalho no estado. Cândice Gabriela Arosio ressalta que o aumento de vítimas de trabalho infantil ainda não aparece nas estatísticas aqui no Brasil, porque as pesquisas foram feitas até o ano de 2019.
- A OIT e o UNICEF alertam que mais de 8,9 milhões de crianças e adolescentes correm o risco de ingressar no trabalho infantil no mundo até 2022, como resultado da pandemia de Covid-19. De 2012 a 2020, foram registrados no Brasil 18,8 mil acidentes de trabalho envolvendo jovens de 14 a 17 anos de idade com vínculo de emprego regular. No Brasil, o trabalho é totalmente proibido antes dos 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.