Nadia Freitas Gonçalves trabalha há sete anos no serviço de limpeza da TV Educativa. Ela, em conjunto com uma equipe de funcionárias, está empenhada em deixar limpas e atrativas as salas, banheiros, estúdios, corredores e demais instalações da sede da emissora, no Parque dos Poderes.
“O que mais gosto aqui, na TV Educativa, é o tratamento que é dado aos empregados, não tem diferença. Já trabalhei em outro local que não me respeitavam”, considera Nadia.
O salário, reconhece, não supre as despesas com as três filhas, mas o marido também trabalha e a menina mais velha (17 anos) já conseguiu uma colocação no mercado. “Moro próxima à TV e não pego o vale transporte, o que aumenta um pouco meu salário”, pondera.
Para Rosely Mendes de Morais, há cinco anos na emissora, o que mais a atrai no serviço que faz é o carinho dos colegas. “Aqui criei vínculos, amizades, as pessoas nos respeitam, passo boa parte do meu tempo na TV, é cansativo, mas é como se fossemos uma família”, avalia.
Mesmo com luvas, botas e produtos de limpeza nas mãos, Rosely acha importante manter a vaidade. Procura usar sempre batom, brincos, e manter os cabelos alinhados.
Já Márcia Pereira dos Santos tenta se virar como pode para sustentar quatro filhos com a renda mensal que recebe. Diz que tem o apoio do programa vale-renda (benefício concedido pelo governo do estado para famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica), no entanto não se acomoda, e planeja um futuro diferente.
“Quero terminar o ensino-médio e conseguir um emprego melhor”, confessa Márcia.
Se resolvesse se candidar a funcionária mais alto astral da emissora, certamente Antonieta da Silva Rodrigues ganharia o prêmio. Trabalha na copa, fazendo chás e café para os servidores da Fertel, e afirma que não tem do quê reclamar.
“Gosto de fazer café, de deixar tudo organizado, arrumado, procuro fazer o melhor, e não tenho queixas de ninguém ”, enfatiza.
Alegre e de bem com a vida, a copeira de 62 anos dá sua lição aos mais jovens : “ procuro não guardar mágoa de ninguém, perdôo, esqueço”. Sua luta agora é conseguir a aposentadoria, “ou um cargo comissionado para melhorar um pouco o salário”, esclarece Antonieta, sem deixar de lado o sorriso e a fé – “Deus é muito bom, tem me abençoado muito”, conclui, agradecida.