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18 de abril de 2024 - 13:44

‘A Crônica e o Conto’

*Por José Pedro Frazão

– Alô, alô, senhor Conto,
Aqui quem fala é a Crônica.
Quero discutir um ponto
De maneira culta e harmônica:
Qual de nós domina a prosa?
Quem maior prestígio goza?
Quem é cravo, quem é rosa?
E quem é melhor que a Crônica?

– Oh, Crônica, não se iluda
Com essa tosca realidade.
A sua vida pouco muda
Nas pessoas a verdade.
Você fala do que existe,
Relata, opina, persiste;
Tem um cheiro de pastiche
E ainda alimenta a vaidade.

– Mas vejam que desaforo
Desse Conto desalmado!
Não aprendeu que é a Crônica
Que revigora o passado,
Bem relatando o presente,
O que acontece com a gente,
De maneira inteligente,
Sedutor e apaixonado…

– Pois saiba que o Conto é a glória
E a todos faz muito bem.
Cria fantasia e história,
Leva o leitor ao além…
É o amigo da magia,
Da quimera, da utopia;
E ainda dá muita alegria
Àqueles que não a têm.

– A Crônica é importante,
Porque retrata as pessoas
Coisa, fato deslumbrante;
Não escreve nada à toa.
Quão belos são os cronistas,
Das letras, grandes artistas;
Diferentes dos contistas,
Realistas, numa boa.

– Eu prefiro minhas histórias,
Em que posso viajar;
Você cuida das memórias;
Eu me disponho a inventar.
Não me venha com pretexto,
Eu sei que sou o melhor texto;
Aquele que no contexto
Leva todos a sonhar.

– Sábio Conto, meu amigo,
Não perca sua compostura;
Eu defendo o meu artigo
Como redação segura.
Venha então escrever comigo
Nas letras do mesmo abrigo
E assim tirar do perigo
A nossa Literatura.

– Até que enfim, compreendeu
Quanto o Conto tem valor;
Quem sabe já se embebeu
Desse gênero-licor…
Por isso a Crônica é bela;
Das Artes, pura donzela;
E o Conto se rende a ela
Com respeito e com amor.

– Obrigada, cavalheiro,
Chegamos à conclusão
Que nós somos companheiros
De texto e de inspiração.
O Conto é quase um romance,
Respeitando suas nuances,
Num jogo de mesmo lance
De palavra e sedução.

– Encerramos a peleja
Como amigos de verdade,
Enaltecendo a beleza
Da ficção – realidade,
Usando aqui com alegria
O poema e a poesia
E toda a polifonia
Desses versos sem maldade.

*José Pedro Frazão é professor e faz parte Academia Sul-Mato-Grossense de Letras

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