O Assunto é Cinema de hoje (21) com Clayton Sales discute a importância da fotografia no cinema e homenageia os diretores Peter Weir e Ruy Guerra além de comentar a estreia de “Vidas à Deriva” nos cinemas da capital.
A fotografia é fundamental na criação de um filme. Cada composição de cena leva em conta a iluminação e o enquadramento da câmera para determinar como a cena será gravada. Todo esse processo de filmagem, enquadramento e iluminação são parte da fotografia no cinema. Um bom diretor geralmente entende de fotografia ou trabalha como um diretor de fotografia (também chamado de cinematógrafo) que faz todo o trabalho na captação das imagens. A posição da câmera pode transmitir a autoridade de um personagem (abaixo) ou sua submissão (acima), o zoom pode determinar angústia ou outras emoções ressaltando expressões do ator e assim por diante.
Grandes clássicos como “Apocalypse Now” (1979) contaram com grandes diretores de fotografia como o italiano Vittorio Storaro na composição das imagens. O longo traveling da abertura do clássico noir “A Marca da Maldade” (1958) é um exemplo de direção e fotografia onde o diretor Orson Welles sugeriu a cena e o diretor de fotografia Russel Metty teve que pensar todo o esquema que possibilitaria a gravação da sequência como o diretor planejou. Na próxima vez que você assistir a um filme, observe os enquadramentos e a composição das cenas com atenção e descubra como uma boa fotografia faz toda a diferença!
O australiano Peter Lindsay Weir nasceu em Sydney, 21 de agosto de 1944. Sua carreira como diretor de cinema começou 1967 na televisão com pequenos filmes que lhe renderam algum reconhecimento. Seu primeiro longa-metragem foi realizado em 1974 quando lançou “The Cars That Ate Paris” mas o sucesso veio mesmo no ano seguinte quando lançou “Picnic at Hanging Rock”. Em 1982 a adaptação do livro de C.J. Koch “O Ano em que Vivemos Perigosamente” lhe rendeu reconhecimento da crítica e um oscar para Linda Hunt como melhor atriz coadjuvante. A primeira produção norte-americana veio logo em seguida com “A Testemunha” em 1985, filme que lhe rendeu várias indicações ao oscar além do sucesso de público. Outros grandes sucessos do diretor com público e crítica são “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989) e “O Show de Truman” (1998).
Nascido em Moçambique em 22 de Agosto de 1931, Ruy Guerra é, além de cineasta, poeta e dramaturgo. O diretor vive no Brasil desde 1958 onde dirigiu seu primeiro filme em 1962 com o longa “Os Cafajestes”. Em 1964 foi mais um dos diretores que integrou o Cinema Novo no Brasil ao lançar o drama “Os Fuzis”, longa seguido por “Tendres Chasseurs” (1969) e “Os Deuses e os Mortos” (1970). Com o período da ditadura militar veio uma pausa com o cinema que só acabaria em 1976 com o filme “A Queda” e um eventual retorno a Moçambique em 1980. O regresso ao Brasil depois de uma temporada em sua terra natal, Cuba e até no México veio no meio da década de 1980 quando lançou em 1985 o musical “A Ópera do Malandro” baseado na peça de Chico Buarque. Ruy também tem importante carreira como compositor tendo composto em parcerias com Chico Buarque, Milton Nascimento,Carlos Lyra, Edu Lobo, Francis Hime e Sergio Ricardo.
A estreia da semana nos cinemas da capital é o drama “Vidas à Deriva” de Baltasar Kormákur. No longa Tami Oldham (Shailene Woodleye) Richard Sharp (Sam Claflin) velejam pelo Taiti quando são atingidos por uma terrível tempestade. Passada a tormenta, ela se vê sozinha na embarcação em ruínas e tenta encontrar uma maneira de salvar a própria vida e a do parceiro.
Sintonize – Apresentado por Clayton Sales, o programa O Assunto é Cinema traz a trilha sonora da sétima arte para as ondas do rádio, e vai ao ar às terças e sextas-feiras, a partir das 10h30, na Educativa 104.7 FM, podendo ser acompanhado também pelo Portal da Educativa.
